Como é de praxe, existe muita troca de comentários e opiniões sobre este assunto que é tão natural entre as mulheres. Lembro de uma colega, por exemplo, cujo pai era médico e insistia que a cólica era uma disfunção do organismo que em hipótese alguma deveríamos aceitar, tínhamos que tomar logo algum medicamento pra evitá-la de qualquer jeito. Minha irmã, enfermeira formada, também diz que não veio ao mundo para sofrer e que ao menor sinal de dor já toma algo que a faça passar no menor espaço de tempo.
Há menos de um mês atrás, minha mãe trouxe uma revista de Vilas do Atlântico para ler - Vilas Magazine - uma publicação local que trazia como entrevistado Elsimar Coutinho, que é dito como o ginecologista que decretou o fim da menstruação com remédios, trazendo como título “Uma Bandeira Polêmica”. Nela, o médico conta sua trajetória e como após 40 anos de estudos científicos tem colhido os louros de suas teses e tratamentos através do não-sangramento. Fala também que antigamente os médicos pensavam que as mulheres ficavam mais tranqüilas quando menstruavam, provavelmente porque aliviava o nervosismo. A partir dessa época, a “sangria” tornou-se um ato comum entre os médicos, cortar uma veia para que através do sangramento fosse possível tirar a doença de dentro da pessoa.
Lembro-me de ouvir, ainda durante outras conversas femininas, depoimentos de mulheres que tomavam cartelas de anticoncepcionais sem o espaço de tempo para menstruar e de como essa prática era vista como absurda, pois parecia que a mulher estava acumulando dentro dela hormônios e mais hormônios sem dar um tempo para o corpo “descansar”.
A dúvida até hoje permanece, ao menos para mim. Já ouvi médicos que são a favor dos métodos do Dr. Elsimar Coutinho, assim como já ouvi depoimentos de seus opositores. Juro achar engraçado, após ler a entrevista e comentar com uma amiga, ver a cara de assustada dela ao dizer: - “Amiga, você está pensando em não menstruar mais?”, como se eu tivesse dito que fosse abandonar a faculdade ou fugir de casa... (risos). Tamanha dúvida existencial nos permite parafrasear Shakespeare junto com o título do artigo do Dr Elsimar: “To Bleed or not to Bleed, That’s the Question”.
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